quinta-feira, 8 de outubro de 2015

O sucesso por trás da Revista Glamour

Olá leitores! 

Hoje teremos um post diferente, ao invés de páginas inspiradoras, vou escrever sobre o sucesso por trás da Revista Glamour! 






Esse ano "não está sendo fácil" para nós brasileiros, demissões, juros altos, dólar lá em cima e nossos empregos lá em baixo e nossos sonhos cada vez mais distantes. Especificamente nós, profissionais de comunicação, estamos passando por uma fase bem delicada, eu sinceramente acredito que estamos atravessando uma crise offline x online. E no geral, não estamos sabendo lidar muito bem com isso. 

Nunca me apresentei aqui, mas tenho 28 anos, sou designer gráfico formada há quase 6, sempre trabalhei em revistas e estou como muitos e muitos outros colegas de profissão, tentando sobrevier no meio desse "terremoto editorial".

Não consigo nem me lembrar ao todo quantas revistas acabaram desde o ano passado, quantas publicações maravilhosas descontinuaram, quantas demissões aconteceram e quanto tudo isso afetou as nossas vidas. A gente sempre lê essas notícia com uma tristeza e com o pensamento de impotência quando ao nosso futuro profissional. 

Li uma vez um texto no site Projeto Draft sobre Destruição Criativa, escrito pela Gisela Blanco, jornalista mestre em Business Innovation pela University of London, que me fez entender um pouco do momento que estamos passando. Pra quem se interessar, o texto completo está aqui. Mas vou reproduzir um trecho pra vocês:

Destruição Criativa é um termo que se refere a uma das teorias mais importantes do capitalismo - a dos ciclos econômicos. Esse termo explica o efeito que as inovações produzem no mercado. Em suma, o texto diz que quando uma tecnologia nova chega para substituir o que antes era dominante, começa todo um novo ciclo - que vai se renovar mais uma vez no futuro, quando essa tecnologia ficar obsoleta e seu monopólio for quebrado. São esses ciclos que empurram a economia para frente, fazendo o mercado se renovar e ganhar fôlego. "As inovações são a força motriz do crescimento econômico, e a destruição criativa é essencial para o capitalismo. Ao mesmo tempo que se cria um negócio, se destrói outros", afirma no texto, o professor Luis Carlos Di Serio, coordenador adjunto do Fórum de Inovação da FGV. Nesses ciclos, muita coisa muda: fábricas fecham e outras são abertas, gente é demitida e outras contratadas, mudam os modelos de negócios, as formas de ganhar dinheiro, os hábitos dos consumidores. Quando os discos de vinil foram substituídos pelos CDs, por exemplo, começou uma nova Era para a indústria da música. Os vinis sumiram das lojas e as pessoas aos poucos trocaram as vitrolas por CD Players. Mas só até vir o próximo ciclo de destruição criativa, quando os CDs começaram a ser substituídos pelo mp3 e pelo streaming. 

Mas onde eu quero chegar com isso? Acredito que o mercado editorial está passando por essa Destruição Criativa e infelizmente muitas publicações não estão conseguindo sobreviver. A internet está praticamente em todos os lugares, estamos conectados 24 horas por dia, a informação chega pra gente sem mesmo precisarmos ir atrás dela, ela pipoca aos nosso olhos em todas as redes sociais e olha que não são poucas. Analisando isso tudo, é muito simples entender porque muita gente não compra mais revista em banca, porque as marcas preferem anunciar na internet do que em publicações offline e por fim, conseguimos entender porque tantos títulos descontinuam e tantas demissões acontecem. 

Mas essa semana, vi um post no Facebook de uma amiga jornalista que trabalha na Glamour, que me fez pensar em tudo isso que escrevi aí em cima. Ela postou a imagem abaixo (e não foi a primeira vez que eu vi um post assim dela). 



Agora, vamos pensar um pouco. Revistas fechando, demissões em massa, designers e jornalistas frustrados e a Glamour vendendo 49.059 exemplares em banca no mês de junho? Qual é o segredo Glamour? 

Fazia uns três meses que não comprava a revista e quando fui na banca essa semana, pra minha surpresa, o tema da edição era Especial Carreira. Acompanho a Glamour desde 2012 e é incrível como ela se destaca cada dia mais das outras revistas do mercado. 

A cabeça do time Glamour Brasil desde o começo é a diretora de redação Mônica Salgado, uma grande profissional que já passou por outros importantes títulos como Vogue e Elle e faz questão de dar sua cara a tapa e estar sempre muito próxima dos leitores, o que hoje em dia é fundamental para o sucesso de uma marca, até porque as pessoas querem saber quem está por trás do conteúdo. 

Então, pensando em escrever um post pra tentar entender o sucesso por trás da revista, fiz uma lista (adoro listas!) pra tentar desvendar o segredo da receita de sucesso da Revista Glamour Brasil! Vamos lá!


Glamour agora em 2 tamanhos diferentes!

A revista conhece bem seu público-alvo
Todo mundo que estudou comunicação sabe que conhecer o público-alvo é a estratégia de marketing mais importante para o sucesso de uma marca. Você precisa saber quem são seus leitores, qual a sua idade, o que eles gostam, o que compram e onde estão. Tudo isso é fundamental pra definir as pautas, qual linguagem seguir, como se comunicar e interfere até em questões de design como cor, tipografia e fotografia. 


Ela fez da internet sua aliada
Eu acredito que o fim de muitas revistas aconteceu pelo fato do impresso não acompanhar a avalanche de informações da internet. Muitas publicações não conseguem aliar o offline com o online, não conseguem perceber que um veículo de comunicação pode complementar outro e que juntos, podem oferecer um conteúdo muito mais completo. As revista devem ser interessantes, ousados e únicas para que os leitores comprem a versão impressa mesmo sabendo que podem encontrar muito mais conteúdo no site. As publicações impressas devem despertar um sentimento de fidelidade com os leitores. Eles querem a revista para ler, folhear, guardar e isso só a fidelidade da revista com o leitor pode fazer. 


O site tem conteúdo diferenciado
Você vai encontrar no site conteúdos que vão muito além dos encontrados na revista e aí está um exemplo de como um meio de comunicação pode complementar outro. O site da Glamour tem muitas seções interessantes como Colunas e Blogs da galera da redação, TV Glamour com conteúdo dos bastidores e vídeos de assuntos variados, uma seção chamada Redação onde você fica por dentro de tudo que rola no dia-a-dia da equipe e tudo isso aproxima muito a revista dos leitores.


Ela está nas redes sociais
A Glamour está em todas as redes sociais, Facebook, Twitter, Instagram, Google+, Youtube, Snapchat (glamourbrasil) e até Whatsapp. A revista esta onde o povo está! 


A gente sabe quem faz a Glamour
Todos os leitores da Glamour sabem quem são as pessoas que fazem a revista. Eles conhecem a diretora de redação, os jornalistas, os designers, os estagiários e isso cria laços entre a marca Glamour e os fiéis leitores. Na seção Carta da Môni de outubro, a diretora de redação diz que aprendeu com o chef executivo da Condé Nast Internacional Jonathan Newhouse que "Não há mais espaço na mídia atual pra editores tímidos nas redes sociais". Marcas são feitas por pessoas e consumidas por pessoas. Pessoas precisam de vínculos, de relações de verdade. Ta aí, uma super dica! 





Aproximação com os leitores
A Glamour tem uma preocupação muito forte em manter uma aproximação com seus leitores, por isso criam hashtags nas redes sociais, convidam os leitores para eventos da revista e usam o Snapchat para mostrar tudo o que está acontecendo nos bastidores. A hashtag mais famosa é #GlamourNaEstrada onde um trailer da revista viaja o Brasil levando a redação para mais perto dos leitores, com música, drinks e bate-papo. Outra ação muito inteligente da Glamour foi convidar os leitores para acompanhar a capa de Junho, clicada ao vivo!







Gostar de fazer revista
Quem acompanha a revista nas redes sociais sabe que todo mundo que trabalha na Glamour são pessoas apaixonadas pelo que faz e isso é um grande diferencial, passa credibilidade e proximidade entre quem faz a revista e quem lê a revista.


Instagram super ativo
O instagram da Glamour é, pra mim, uma das suas maiores sacadas. Seu perfil, que tem 719k de seguidores não mostra apenas desfiles e celebridades, mostra também o pessoal da redação, os bastidores e tudo com muito bom humor e amor pelo que faz. Uma outra ação muito inteligente da Glamour foi fazer o primeiro editorial clicado exclusivamente para o Instagram no Brasil, foram 5 fotos da cantora e atriz Manu Gavassi feito só para o Instagram. Confira aqui


Capas ousadas
A Glamour já fez capas muito ousadas que deram o que falar. Já colocou um homem na capa, edição de abril de 2014 com Cauã Reymond, apostou nas blogueiras em Julho de 2013, entre muitas outras.








Bom, acho que agora a gente sabe o motivo da Glamour ter esse sucesso todo em meio a uma crise de proporções assustadoras. O segredo é ser diferente, se aliar a internet e as redes sociais, conhecer seu público-alvo e criar um vínculo forte com eles, estar sempre próximo dos leitores, trabalhar com uma conteúdo editorial de qualidade e acima de tudo sempre acompanhando as inovações digitais que acontecem dia após dia. Hoje, no mercado editorial temos muitos exemplos de fracasso e de sucesso e a Glamour está conseguindo se manter com sucesso e em destaque! E assim ela segue forte, caminhando junto com a tecnologia, a inovação e se reinventando como tem que ser. 




2 comentários:

  1. Amei o post!
    Revista Glamour e equipe são fantásticas e estão fazendo escola nesse meio!
    Bjs
    Mi
    www.feminices.com

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  2. Alguém me diz como comprar as revistas Glamour, Quem Acontece de Outubro, e ainda as revistas O Povo com uma entrevista de Marco Pigossi. Eu sou de Portugal e pedi para meus amigos em São Paulo e no Rio de Janeiro as comprarem e nenhum deles consegue encontrar em nenhum lado. Cândida

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